Microcefalia e vacinas, uma falsa associação


22.02.2016

A internet criou muitos benefícios, como maior interatividade entre as pessoas e maiores possibilidades de trocas de informação em escala universal. A liberdade da internet permite que a circulação de opiniões ocorra livre de censura, o que é em princípio um bem. Mas, infelizmente, há alguns aspectos negativos, como a circulação de notícias falsas e opiniões fantasiosas. Quando se trata de vacinas, essas notícias podem gerar dúvidas e até mesmo fazer com que muitas pessoas deixem de vacinar seus filhos e de se vacinar.

Não há ação médica com melhores benefícios do que as vacinações. Graças a elas, estamos livres da varíola, estamos prestes a erradicar a poliomielite do mundo, a rubéola e a síndrome de rubéola congênita, lesão fetal grave causada pela rubéola na gestação, foram eliminadas das Américas, e doenças como difteria, tétano, sarampo, meningites por hemófilo, entre várias outras, tornaram-se raras.

Com a diminuição dessas doenças, muitos pais perderam o medo delas e tendem a relaxar sobre as vacinações. Isso é um erro grave, pois sem as vacinas as doenças voltarão, exceto quando erradicadas em todo o mundo, caso atualmente só aplicável à varíola.

As vacinas podem ser acompanhadas de reações ou eventos adversos, em geral de curta duração e benignos, como dor local e febre, mas a comparação com as doenças mostram que o benefício é imenso. Por outro lado, quando se vacinam milhões de pessoas, outras doenças podem acontecer após as vacinações, pois obviamente vacinas não protegem contra todas as doenças. Associação temporal não é sinônimo de associação causal. Essa análise de causalidade é feita em estudos clínicos, estudos de farmacovigilância, e discussões por grupos de especialistas.

O aumento de microcefalia observado inicialmente no Nordeste do Brasil, e depois em outros estados, deu margem à suposição no público leigo de que as vacinas aplicadas na gestação poderiam causar a microcefalia.

A influenza na gravidez é mais grave, e o aumento da coqueluche em recém-nascidos e crianças nos primeiros meses de vida, levaram à recomendação de vacinar contra influenza e coqueluche na gestação. O Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (http://www.cdc.gov/) tem vasta bibliografia e informação sobre a aplicação das vacinas de influenza e dTpa (tríplice acelular tipo adulto contra difteria, tétano e coqueluche) na gravidez, mostrando a sua importância e segurança. A Organização Mundial de Saúde também recomenda a vacina de influenza na gestação.

A internet criou muitos benefícios, como maior interatividade entre as pessoas e maiores possibilidades de trocas de informação em escala universal. A liberdade da internet permite que a circulação de opiniões ocorra livre de censura, o que é em princípio um bem. Mas, infelizmente, há alguns aspectos negativos, como a circulação de notícias falsas e opiniões fantasiosas. Quando se trata de vacinas, essas notícias podem gerar dúvidas e até mesmo fazer com que muitas pessoas deixem de vacinar seus filhos e de se vacinar.

Não há ação médica com melhores benefícios do que as vacinações. Graças a elas, estamos livres da varíola, estamos prestes a erradicar a poliomielite do mundo, a rubéola e a síndrome de rubéola congênita, lesão fetal grave causada pela rubéola na gestação, foram eliminadas das Américas, e doenças como difteria, tétano, sarampo, meningites por hemófilo, entre várias outras, tornaram-se raras.

Com a diminuição dessas doenças, muitos pais perderam o medo delas e tendem a relaxar sobre as vacinações. Isso é um erro grave, pois sem as vacinas as doenças voltarão, exceto quando erradicadas em todo o mundo, caso atualmente só aplicável à varíola.

As vacinas podem ser acompanhadas de reações ou eventos adversos, em geral de curta duração e benignos, como dor local e febre, mas a comparação com as doenças mostram que o benefício é imenso. Por outro lado, quando se vacinam milhões de pessoas, outras doenças podem acontecer após as vacinações, pois obviamente vacinas não protegem contra todas as doenças. Associação temporal não é sinônimo de associação causal. Essa análise de causalidade é feita em estudos clínicos, estudos de farmacovigilância, e discussões por grupos de especialistas.

O aumento de microcefalia observado inicialmente no Nordeste do Brasil, e depois em outros estados, deu margem à suposição no público leigo de que as vacinas aplicadas na gestação poderiam causar a microcefalia.

A influenza na gravidez é mais grave, e o aumento da coqueluche em recém-nascidos e crianças nos primeiros meses de vida, levaram à recomendação de vacinar contra influenza e coqueluche na gestação. O Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (http://www.cdc.gov/) tem vasta bibliografia e informação sobre a aplicação das vacinas de influenza e dTpa (tríplice acelular tipo adulto contra difteria, tétano e coqueluche) na gravidez, mostrando a sua importância e segurança. A Organização Mundial de Saúde também recomenda a vacina de influenza na gestação.

A contraindicação à vacina de rubéola (isto é, dupla viral sarampo-rubéola e tríplice viral sarampo-caxumba-rubéola) na gestação deve-se ao fato de que são vacinas vivas, e assim, por medida prudencial e risco teórico, aconselha-se não usá-las na gravidez. O Brasil, em virtude de suas campanhas de vacinação em massa, é um dos países que tem mais experiência no assunto, com vários estudos publicados em revistas internacionais indexadas. A aplicação inadvertida das vacinas contendo o componente rubéola, ou de quaisquer outras, em mulheres grávidas, não acarretou consequências nocivas para o feto. À mesma conclusão chegaram a Organização Pan-Americana da Saúde, analisando os dados da América Latina, e a Organização Mundial de Saúde, analisando os dados de todo o mundo.

Há várias causas de microcefalia, mas muitas evidências apontam o vírus Zika como o responsável pelo aumento de casos no Brasil. Numa série de 35 casos investigados, todos foram negativos para agentes microbianos que podem causar infecção congênita, inclusive rubéola. O vírus Zika foi isolado do líquido amniótico de dois fetos diagnosticados com microcefalia antes do nascimento, e o material genético do vírus Zika foi identificado em vários órgãos, inclusive cérebro, de uma terceira criança, que morreu logo após o nascimento.

Poderei enviar aos interessados a literatura científica que dá suporte às afirmativas acima.

Com a intenção de tornar acessíveis ao público as informações mais atuais sobre vacinas, e principalmente tirar suas dúvidas, criei o blog “Tire Suas Dúvidas Sobre Vacinas”. Terei prazer em responder aos questionamentos e dúvidas.

Fonte: Dr. Reinaldo de Menezes Martins

Membro Titular da Academia Brasileira de Pediatria e consultor científico de Bio-Manguinhos

Fonte: Fiocruz

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